Uma das grandes marcas da racionalidade do homem é talvez o exagero. Utiliza inteligentemente a natureza em seu benefício, mas explora incessantemente os recursos naturais, esquecendo-se de que um dia o poço vai secar. Esquece-se também que seria conveniente promover um desenvolvimento sustentável. Isto é, ir ao encontro das necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras satisfazerem as suas próprias necessidades.
Quando pensamos em impacte ambiental, imediatamente nos lembramos das alterações que as ações humanas provocam ao nível do meio ambiente. O conceito de poluição está intimamente relacionado com este impacte. Como podemos definir poluição? Simplesmente como a contaminação das águas, do solo ou do ar, através da libertação de substâncias químicas ou resíduos no meio. Estas substâncias suscetíveis de causar poluição são chamadas poluentes. A definição é simples, o problema não! De facto, a poluição tem consequências que são no mínimo devastadoras, ao nível de todos os subsistemas terrestres.
Existem
vários tipos de poluição. Clica e descobre mais sobre poluição aquática, poluição atmosférica e poluição dos solos.
Quanto às fontes de poluição,
podemos classificá-las como:
·
Fontes tópicas (localizadas) – são
facilmente identificadas e controladas, podendo ser pontos de descarga de indústrias,
minas abandonadas, plataformas de crude, esgotos domésticos, entre outros.
·
Fontes difusas (dispersas) – são difíceis
de identificar e controlar, sendo normalmente extensas áreas, como centros
urbanos, zonas rurais ou ainda terrenos agrícolas.
Ao falar de poluição, surge inevitavelmente outro conceito, o de contaminação.
A contaminação ocorre aquando da introdução de organismos ou substâncias no
meio ambiente, numa concentração superior à tolerável nessa área, provocando
desequilíbrios.
Algumas substâncias
poluentes podem ser avaliadas de acordo com os efeitos que causam no organismo
a elas exposto, isto é, de acordo com o seu grau de toxicidade. Outro fator importante a considerar é a dose letal média, que traduz a
quantidade de substância tóxica necessária para eliminar 50% de uma dada
população em estudo. No metabolismo dos seres vivos, as substâncias tóxicas são
normalmente excretadas, mas algumas delas não são facilmente eliminadas,
podendo provocar alterações nos indivíduos. De facto, algumas substâncias
tóxicas são absorvidas e armazenadas em tecidos e órgãos dos seres vivos, em
concentrações muito elevadas, num processo de bioacumulação. Numa cadeia alimentar, ao passar de nível trófico em
nível trófico, a concentração dessas substâncias tóxicas vai aumentando,
acumulando-se em concentrações altíssimas nos níveis tróficos mais elevados.
Verifica-se um fenómeno de bioampliação.
Para
piorar ainda mais a situação, algumas substâncias tóxicas, quando combinadas
com outras, são ainda mais nocivas do que ao atuarem isoladamente. Se
Efeito do composto A + Efeito do composto B < Efeito do composto AB
então estamos
perante um caso de sinergismo.
Alguas destes
contaminantes têm efeitos devastadores ao nível da saúde humana, podendo atuar
como agentes mutagénicos e teratogénicos. Os primeiros, que podem
ser substâncias químicas ou radiações, provocam mutações ao nível das células,
podendo mesmo levar ao aparecimento de cancro (agentes cancerígenos). Os
segundos influenciam o desenvolvimento embrionário, podendo causar malformações
congénitas, e podem ter origem em infeções, produtos químicos, radiações, medicamentos,
entre outros.
Não há dúvida de
que são as atividades humanas que têm vindo a contaminar os ecossistemas. Somos nós que estamos a tornar o planeta
perigoso para nós próprios… E para toda a biosfera. PRESERVAÇÃO, RESPONSABILIDADE, CONSCIÊNCIA, EQUILÍBRIO, RECUPERAÇÃO…
Tudo isto é necessário, se queremos garantir a “saúde” da nossa casa!
Bibliografia
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SILVA, Amparo Dias da et al. (2011). Terra,
Universo de Vida. 1ªedição. Porto Editora;
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