Crescimento da população humana e sustentabilidade

Quantos de nós, em momentos de divagação, já pensaram em como seria fantástico se existissem outros planetas habitáveis para além da Terra? Talvez assim se pudessem transportar pessoas para lá e o nosso planeta deixaria de estar tão sobrelotado… Mas, pelo menos por agora, esta não é uma solução a ter em conta, pelo que a espécie humana não pode continuar a crescer ao ritmo a que tem crescido. Já somos 7 mil milhões! E se quisermos que os nossos filhos e netos tenham água, alimentos, minerais e energia para poderem sobreviver, temos realmente que mudar o nosso comportamento. O excesso de população humana é um dos grandes problemas da humanidade! 

O crescimento explosivo da população humana associado ao consumo excessivo dos recursos do planeta é a principal causa da degradação ambiental e da perda de biodiversidade...
A demografia é a ciência que estuda os padrões de crescimento, de movimento e de desenvolvimento das populações, procurando conhecer a dinâmica dessas mesmas populações. Neste estudo, recorre-se a diversos parâmetros, designados indicadores demográficos. Aqui estão alguns deles:
Taxa de natalidade – Número total de nados vivos num período de tempo (geralmente um ano).
Taxa de mortalidade – Número total de óbitos ocorridos num período de tempo (geralmente um ano).
Esperança média de vida – Número médio de anos que um grupo de indivíduos nascido no mesmo ano pode esperar viver.
Emigração – Saída de indivíduos para um país estrangeiro com a intenção de aí residir e trabalhar, num dado período de tempo.
Imigração – Entrada de indivíduos estrangeiros num país para aí residir e trabalhar, num dado período de tempo.
Taxa de crescimento natural – Diferença entre a natalidade e a mortalidade num dado período de tempo. 

Mas estes parâmetros não se mantêm ao longo da história. Com o avançar dos tempos, eles têm sofrido alterações. Vejamos como… 

Desde os primórdios da humanidade e durante muitos milénios o crescimento foi lento, já que as taxas de mortalidade eram elevadíssimas. De facto, existiam inúmeras doenças para as quais não havia prevenção nem cura. 
Mas, com a Revolução Industrial, melhoraram as condições sociais e económicas das populações e ocorreram grandes movimentos migratórios. Por outro lado, com os avanços ao nível da medicina e da tecnologia que se foram perpetuando ao longo do século XX, a qualidade de vida pôde aumentar, principalmente no que toca à prevenção e ao combate de doenças. Estes acontecimentos foram fundamentais na diminuição da mortalidade. 

O mundo desenvolvido do século XXI tem acesso a programas de planeamento familiar e utiliza contracetivos, para além de a carreira profissional vir muitas vezes à frente da constituição de família. Logo, as taxas de crescimento natural são baixíssimas, muitas vezes negativas. Não porque a mortalidade é elevada, antes porque a natalidade é realmente reduzida. Pelo contrário, nos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento, as taxas de natalidade são verdadeiramente explosivas, pois o planeamento familiar e a contraceção não são ainda uma realidade e os níveis de instrução da população são baixos. 

Assim, e apesar do fraco contributo dos países desenvolvidos, o planeta Terra está a atingir os limites da superlotação! A nossa casa já não comporta muito mais habitantes… Este crescimento rápido está a levar a um esgotamento ainda mais rápido dos recursos que a Terra tem para nos oferecer. E o impacte ao nível ambiental é aterrador. Como medir este impacte?

Foi a pensar na forma de quantificar a degradação ambiental que, em 1996, William Rees e Mathis Wackernegel desenvolveram o conceito de pegada ecológica. A pegada ecológica corresponde à área produtiva que está a ser utilizada para sustentar a espécie humana e ajuda-nos a perceber a quantidade de recursos que utilizamos para suportar o nosso estilo de vida. É, pois, uma estimativa, não uma medida exata, do efeito que a forma como vivemos tem sobre o planeta. 


Ao falar de pegada ecológica, tropeçamos inevitavelmente no conceito de biocapacidade, isto é, a área produtiva disponível para responder às necessidades humanas. E o problema é que, em muitos casos, a pegada ecológica é superior à biocapacidade. É urgente diminuir a pegada ecológica! Como?
  
Claro que a solução passa por um desenvolvimento sustentável, sendo essencial uma utilização mais controlada dos recursos naturais da Terra. Mas tudo pode começar nas nossas casas, com medidas simples. Porque não seguir a política dos 3 R’s? E que tal desligar da corrente os aparelhos electrónicos quando estes não estão a ser utilizados? Não há nada como fechar a torneira quando não estamos a precisar de água… Ou mesmo ir para o trabalho de bicicleta de vez em quando!  


Quem sabe se, com a consciência e o contributo de todos não podemos transformar este planeta tão estragado numa casa sustentável e com um futuro risonho à sua frente! O trabalho é árduo, mas nós somos Homens (com “h” grande)!


Bibliografia
·         RAMALHO, Maria Helena et al. (2010). Rostos de Portugal. 1ªedição. Porto Editora;
·         SILVA, Amparo Dias da et al. (2011). Terra, Universo de Vida. 1ªedição. Porto Editora;
·         www.slideshare.net;
·         www.pt.scribd.com; 

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