Criação de animais

Com o crescimento da população humana, verifica-se a necessidade de melhorar e aumentar a criação de animais, com a finalidade de obter grandes quantidades de carnes, peixes, entre outros produtos, num curto espaço de tempo.

Processos industriais de criação de animais
O desenvolvimento de técnicas industriais de agropecuária procura maximizar a rentabilidade do processo de produção, mas pode ter consequências nefastas para a saúde humana e para o próprio meio ambiente.
Os animais destinados à alimentação humana são criados em espaços restritos e densamente ocupados, como aviários e suinoculturas, e na produção animal são  utilizadas substâncias que são, por vezes, prejudiciais à saúde do Homem, tais como:
  • Antibióticos – são utilizados em grande escala nas rações animais, tendo como objetivo a prevenção de doenças e a inibição do crescimento de bactérias da flora intestinal, o que permite canalizar os nutrientes exclusivamente para o crescimento do animal. Esta utilização provoca reações alérgicas e resistência a esses antibióticos por parte dos seres humanos que se alimentam daqueles animais;
  • Farinhas de origem animal – aumentam a quantidade de proteínas na alimentação do animal, mas podem conduzir a desequilíbrios, como o que levou ao aparecimento da encefalopatia espongiforme bovina (BSE), mais conhecida por "doença das vacas loucas", que pode ser transmitida ao homem;


Para além do uso de substâncias como as acima referidas, os processos industriais de criação de animais envolvem reprodução seletiva, clonagem e engenharia genética.

REPRODUÇÃO SELETIVA, CLONAGEM E ENGENHARIA GENÉTICA NA CRIAÇÃO DE ANIMAIS
Durante milhares de anos, a única forma de melhorar o processo de criação de animais era cruzar machos e fêmeas com características desejadas, obtendo-se indivíduos com essas características – reprodução seletiva.
Porém, no século XX, pudemos ir além dos cruzamentos seletivos tradicionais, através da inseminação artificial (IA) e da fertilização in vitro, que demonstraram ser um grande avanço neste processo de melhoramento da produção animal. Na IA, recolhe-se do macho selecionado o sémen, que é diluído e armazenado, podendo ser comprado por criadores de gado com a finalidade de ser inseminado nas fêmeas por eles selecionadas.
Na maioria dos casos, cada fêmea inseminada dá origem a uma descendência reduzida, mas com a fecundação in vitro podem formar-se vários embriões que posteriormente são introduzidos no útero da fêmea e originam um maior número de descendentes.
As técnicas de reprodução seletiva de animais descritas são muito utilizadas na pecuária, mas o seu resultado final é imprevisível, uma vez que se trata de uma reprodução sexuada, em que não é certo que todos os descendentes apresentem as características desejadas.


Assim, foram desenvolvidas outras técnicas de melhoramento da produção de animais, como a clonagem. A clonagem consiste numa fecundação in vitro seguida de divisão e transferência de embriões. As primeiras células que resultam da divisão do zigoto, células embrionárias, são totipotentes e podem ser separadas e cultivadas em meios de cultura apropriados. Cada uma delas dará origem a um embrião, que é implantado no útero de uma fêmea e levará ao desenvolvimento de indivíduos geneticamente iguais. A clonagem animal é um processo que:
·    É rápido;
·    Envolve poucos custos de produção;
·    Origina um grande número de descendentes;
·    Permite a seleção de gâmetas de animais com características vantajosas.
Contudo, não é um processo largamente utilizado, já que os animais clonados apresentam muitas vezes:
·    Elevada taxa de mortalidade;
·    Reduzida variabilidade genética (menor capacidade de adaptação da espécie a alterações ambientais).

Engenharia genética na criação animal
Para o melhoramento da criação animal também se recorre à engenharia genética, manipulando o DNA de animais. Assim, o fenótipo é alterado, pelo que aqueles animais apresentarão as características pretendidas (aumento da massa corporal, resistência a doenças, entre muitos outros).
A transgénese animal consiste na introdução no genoma de um animal de uma sequência de DNA de outro ser vivo, através da técnica do DNA recombinante.
Esta manipulação do genoma de animais utilizados na alimentação humana tem como finalidade:

·   Aumentar a produção de carne, leite, ovos, entre outros;
·   Melhorar as propriedades nutritivas daqueles produtos;
·   Aumentar a resistência a doenças e pragas;
·   Aumentar a tolerância a alterações ambientais.

Embora a utilização desta biotecnologia na criação de animais seja por muitos considerada a solução para o problema da fome, muitos outros há que acreditam que são mais os efeitos colaterais negativos do que os benefícios. Estes últimos argumentam que se desconhecem as consequências para a saúde humana do consumo de animais geneticamente manipulados. Por outro lado, o cruzamento entre animais transgénicos e selvagens pode apresentar-se muito prejudicial para o equilíbrio dos ecossistemas. Finalmente, os animais transgénicos requerem tempos longos de gestações e nascem com pesos elevados, o que torna os partos difíceis.


Bibliografia
·         SILVA, Amparo Dias da et al. (2011). Terra, Universo de Vida. 1ªedição. Porto Editora;
·         www.infopedia.pt;
·         www.joaogil.planetaclix.pt;
·         www.pt.scribd.com;
·         www.slideshare.net;
·         www.wikipwdeia.org.

3 comentários:

  1. Estão muito atrasadas... falta nas páginas a segunda parte. Sustentabilidade... para quando?

    O tempo está a acabar...

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  2. Que exagero... pardal que tem focinho de cão não pode ser...

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  3. Muito bom! Queria adotar um cão passaro...

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